Tansagem
Plantago major, Plantago lanceolata
Nome Popular: Tansagem, transagem, transage, tanchagem,
tanchagem – maior, tranchagem, plantagem, sete – nervos, cinco – nervos.
Família:
Plantaginaceae.
Aspectos Agronômicos:
Reproduz-se por sementes, de preferência em solos úmidos,
férteis e de clima temperado, sendo a época mais favorável os meses de setembro
a dezembro, para o plantio. No Brasil adaptou-se tão bem que vegeta
espontaneamente em quase todo o país, principalmente em jardins, gramados,
pomares, beiras de estradas e junto a muro. Desenvolve-se mais intensamente em
locais abertos, como em solos cultivados e pastagens.
Necessita de iluminação meia – sombra ou plena.
A colheita das flores deve ocorrer nos meses de agosto a março
e as sementes separam-se da espiga no fim do verão, quando estão bem
maduras.
Características: Originária da Europa,a tanchagem adaptou-se muito bem no Brasil e pode ser encontrada em solos de quase todo o país. A planta é perene, ereta, sem caule, e cresce entre 15 e 25cm de altura. As folhas surgem na base da planta, presas por longos cabinhos. Floresce formando espigas compridas na ponta das hastes, com pequenas flores marrom-avermelhadas. O fruto, uma cápsula ovalada, contém inúmeras sementes bem pequenas.
Indicações e Usos: Na composição da tanchagem, merece referência a vitamina K (vitamina da coagulação sanguínea), daí a sua ação anti-hemorrágica. Também é ótima purificadora do sangue e deve ser usada em todos os casos em que se precisa de um depurativo (gota, acidez, ácido úrico, problemas no fígado, inflamações etc.). Na medicina caseira, usam-se tanto as folhas quanto as raízes. O gargarejo feito com o suco das folhas e raízes é usado para combater as inflamações da boca e gengivas, aftas e lábios rachados. O chá das folhas é eficaz nas diarréias, atua nas vias respiratórias como um bom expectorante, combate o ardor do estômago, tem ação cicatrizante (contribui para o tratamento de feridas e úlceras) e melhora problemas dos órgãos genitais masculinos e femininos, especialmente as doenças venéreas.
A tanchagem é uma das ervas mais usadas na Índia. Existem mais de 200
espécies espalhadas pelo mundo
Parte Utilizada:
Porção aérea, sementes e raízes.
Constituintes Químicos:
- taninos: 5,7%;
- mucilagens;
- ácidos orgânicos: ácido clorogênico, ácido ursólico;
- ácido silícico;
- glicosídeos: aucubina;
- óleo essencial: 0,2%;
- alcalóides: plantagonina, indicaína;
- resina;
- alantóina;
- heterosídeos (0,37%): entre eles aucubigenina;
- enzimas: emulsina e invertina;
- colina;
- sais de potássio: 0,5%;
- vitamina C;
- as sementes contém antraquinonas.
Origem:
Europa.
Aspectos Históricos:
Esta espalhada em diversos países da Ásia, África e América,
sendo conhecida como o “rei do caminho”, pois tem a capacidade de burlar as
fronteiras e se introduzir em todas as regiões do mundo.
Uso:
* Fitoterápico:
Tem ação: expectorante, adstringente, emoliente, diurética,
antiinflamatória, bactericida, cicatrizante, antidiarréica, depurativa e
laxativa.
É indicada:
- anemia;
- debilidade;
- icterícia;
- azia, gastrite;
- disenteria;
- diarréia;
- nefrite;
- cistite;
- hemorragias;
- hemoptise;
- catarros pulmonares;
- amigdalite, laringite, faringite;
- tosses, bronquite;
- epistaxe, gengivite;
- estomatite, conjuntivite, terçol;
- feridas, tumores, picadas de insetos.
* Farmacologia:
Devido às mucilagens das suas folhas, exerce uma ação protetora
das mucosas inflamadas e das vias respiratórias, impedindo a atividade de
substâncias irritantes e promovendo a diminuição do processo inflamatório. Age
sobre as vias respiratórias superiores, protegendo a mucosa e auxiliando a
expectoração. Tem a propriedade de destruir um grande número de microrganismos e
estimular a epitelização.
Os taninos conferem a propriedade adstringente, formando
revestimentos protetores, atenuando a sensibilidade e dificultando infecções,
além de proporcionar uma ação hemostática.
Por diminuir a irritação da mucosa intestinal, as folhas
possuem ação antidiarréica.
As sementes atuam indiretamente como laxativos por absorver
grande quantidade de água, estimulando o peristaltismo.
Riscos:
Não há referências na literatura consultada.
Uso Interno:
Infuso: 30g das folhas por litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras
ao dia.
Tintura: 1 colher sopa, 4 vezes ao dia.
Tintura mãe: 30 gotas, 3 vezes ao dia.
Uso Externo:
Infuso: 60g de folhas para 1 litro de água: gargarejos e em
plaustros para tratamento de úlceras, hemorróidas e ferimentos.
Linimento: auxilia no tratamento de hemorróidas e afecções
cutâneas.
Bibliografia:
-Corrêa, A.D.; Batista, R.S.; Quintas, L.E.M. Do Cultivo à
Terapêutica. Plantas Medicinais. Petrópolis: Vozes, 1998, p. 192.
-Martins, E.R.; Castro, D.M.; et all. Plantas
Medicinais. Viçosa: UFV, 2000, p. 169-170.
-Panizza, S. Cheiro de Mato. Plantas que Curam. São
Paulo: IBRASA, 1998, p. 190-191.
-Sanguinette, E.E. Plantas que Curam. Porto Alegre:
Rígel, 2ªedição, 1989, p. 186.
-Teske, M.; Trenttini, A.M.M. Compêndio de Fitoterapia.
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