Herbário

Malva

Imagina-se que esta herbácea seja nativa de terras europeias. O que se sabe é que quase um milênio antes de Cristo, ela já era utilizada pelos gregos. Planta perene, anual ou bienal, atinge até 1m de altura e seu caule é coberto de pelos pequenos e macios. As folhas têm forma de coração, subdivididas em lóbulos, serreadas nas bordas e com longos pecíolos (haste que liga a folha ao caule). As flores têm cinco pétalas separadas umas das outras, róseas, raiadas de vermelho.

Malva silvestris

Malva silvestris

Nome Popular: Malva – grande, malva – verde, malva – de – botica, malva – selvagem, malva maior.

Família: Malvaceae

Aspectos Agronômicos: A malva se propaga por suas sementes, pela divisão de touceira ou por estaquia. A divisão de touceiras ou estaquia pode ser feita no outono de climas amenos nos quais não ocorrem frios intensos e geadas no inverno subseqüente. O plantio da Malva é mais fácil pela semeadura de suas sementes no local definitivo da cultura. Pode-se semear em sementeiras e transplanta-las mais tarde. A semeadura é feita em geral na primavera. Tão logo as plantinhas tenham nascido e desenvolvido o suficiente, efetua-se um desbaste para eliminar as mais débeis e deixando só a planta mais vigorosa.
As irrigações poderão ser mais espaçadas antes da floração, porém durante a fase de formação dos botões florais ela deverá ser mais freqüente, após a floração a irrigação pode ser feita a intervalos mais longos.
Ela prefere solos mediamente soltos, férteis, permeáveis, profundos e ricos em matéria orgânica.
A malva só deve ser colhida em dias secos, após a evaporação do orvalho.

Indicações e Usos: As folhas e as flores da malva são usadas em infusão contra úlcera, tosses, inflamações das gengivas, garganta e dores de dente (sob a forma de bochechos e gargarejos). Têm também propriedades sedativas, expectorantes (contribuindo na eliminação do catarro), laxativas, refrescantes, emolientes e protetoras das mucosas. Ricas em mucilagens, elas protegem a pele inflamada e irritada. As folhas frescas e lavadas da malva, friccionadas em picadas dolorosas de insetos, logo aliviam a dor. Em veterinária, é empregada como laxativo e em problemas gástricos.

Costuma-se dar raízes da malva, à época da dentição, para que as crianças masquem, pois além de acalmar a dor, favorece o desgaste necessário da pele onde os dentes estão irrompendo.

Parte Utilizada: Folhas, flores e raízes.

Constituintes Químicos:

-mucilagens (contendo pentoses, hexoses,ácido galacturônico);
-ácidos fenólicos (clorogênico, cafeico, ácido p-cumárico);
-antocianinas (malvina, malvidina);
-flavonoides;
-taninos;
-vitamina A, B1, B2, C;
-oxalato de cálcio;
-resinas;
-aminoácidos (lisina e leucina);
-óleo essencial volátil com as seguintes propriedades: calmante, emoliente e laxativa.

Origem: Distribuem-se dos trópicos ao ártico.

Aspectos Históricos: A malva é um planta usada em fitoterapia e apreciada como hortaliça desde o século VIII antes de Cristo. Está planta herbácea anual, dispersa no continente Europeu, africano e americano. Em latim “malva” significa suave e emoliente ao tato.
Os rebentos, a parte comestível, provocaram indigestão a Cícero, que muito os apreciava; Marcial utilizava-os para uma dieta depois das orgias, e, segundo Plínio, uma porção à base de suco de malva evita as indisposições durante o dia. Os pitagóricos consideravam – na uma planta sagrada que libertava o espírito da escravatura das paixões; Carlos Magno não dispensava como planta ornamental nos seus jardins imperiais.

Uso:

* Fitoterápico:
-Inflamações da pele, boca e garganta (laringite, faringite);
-tratamento de problemas respiratórios (tosse, catarro, bronquite);
-irritações gastrintestinais (gastrite, úlceras);
-inflamações do ouvido;
-é usada como calmante;
-tratamento das inflamações dentárias, dores de dente e dores devidas à extrações;
-inflamações da bexiga e intestino;
-combate úlcera e erupções cutâneas, dermatoses, furunculoses, abscessos, aftas, picadas de insetos.

* Fitocosmético: Hidrata, protege e suaviza a pele (é anti – rugas). É excelente emoliente para cabelo.

* Farmacologia: Devido à riqueza em mucilagens, protege os tecidos inflamados e irritados. Favorece a cicatrização e recuperação das lesões nas mucosas. Exerce atividade lenitiva sobre as mucosas brônquicas, auxiliando na eliminação do catarro e diminuição da tosse.
Os taninos desenvolvem atividade adstringente, reduzindo secreções e erupções. Em doses elevadas é suavemente purgativo.

Suas folhas são tidas como emolientes. Aplicam-se, mastigadas, sobre picadas de insetos. O decocto da raiz é empregado na blenorragia.

Riscos: As folhas e toda planta podem ser parasitadas por fungos (Puccinia malvacearum), ficam manchadas e cheias de pústulas pardas: não devem ser usadas.

Não deve ser usada por diabéticos.

Uso Interno:

Folhas: 15 a 30g em 100mL de água.
Infuso: 20g em ½ litro de água. Tomar 3 a 4 vezes ao dia.
Decocto: 5g em 10mL de água, deixando em infusão durante 15 minutos. Tomar 3 vezes ao dia.
Tintura: 24mL, três vezes ao dia.
Inalação: 1 colher de (sobremesa) de malva e 1 colher (sopa) de eucalipto para 100mL de água.

Uso Externo:

Raiz: 60g raiz em 1000mL de água (compressas).
Flores: infuso 1,5% – bochechos.
Folhas: decocto 5%.

Fitocosmético: 5 a 10% extrato glicólico: loções e cremes.

Uso Caseiro: Seus caules são usados como fibras com a qual se fabrica tecidos e cordões.

Uso Culinário: As folhas frescas e vagens são comestíveis; nos países atacados pela fome são uma importante fonte de subsistência. As raízes podem ser fervidas ou cozidas no vapor e em seguida refogadas com manteiga e cebola.

Bibliografia:

-Balbach,A. As Plantas Que Curam. Itaquaquecetuba: Vida Plena, 2ªedição, 1997, p.151-152.
-Francisco,I.; Hertwing,V. Plantas Aromáticas, Medicinais e Condimentares. São Paulo: Ícone, 1986, p.316-323.
-Teske,M.; Trenttini,A.M.M. Compêndio de Fitoterapia. Paraná: Herbarium, 3ªedição, 1997, p. 205-206.

Gideon dos Lakotas

Fundador e idealizador da obra Céu Nossa Senhora da Conceição, materializou esta maravilhosa obra que trouxe tantos benefícios para a humanidade.
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